sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Solidão acompanhada.

Meu cachorro tem adorado se esconder em cantos inimagináveis.
Acho que ele descobriu algum poder de cura via isolamento.
A solidão é bem intrínseca aos seres. Até faz bem quando se quer chegar ao grau 4 de instrospecção. Andava meio cansada do "só", mas a cura também vem acompanhada.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Responsabil(idade).

É tudo muito igual. Essa coisa de envelhecimento celular com comemorações, no fundo, não fazem muito sentido. O pressuposto é a felicitação por uma sobrevivência, isso mesmo, sobrevivência. É dar os votos por tal' pessoa ter ''driblado'' as suas aventuras de guilhotina. Bom, muito bom. A outra justificativa bonitinha é para amenizar a circunstância - mas é fofa - "você faz parte da minha vida, baby".
Será em uma terça-feira - acho que o tempo de lembrar é o tempo de esquecer.
E mais um ano se faz.
Em breve com botox, silicone, plásticas e Renew. (mentira).

domingo, 15 de junho de 2008

Sosaciedade.

" A sociedade deve ser entendida como produzida por ela mesma e não como reflexo, a decorrência de algo que esteja fora dela: Deus ou os valores, a economia ou o mercado."
(Touraine, 1975).

recente.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Pow.cais pal. ha.verás.


O teatro com palavras já não se multiplica em fantasias. O "lado A e B" da comunicação escrita, que se fundem no sentido literal, confundem mentes e estagnam emoções.


Torço pela "dualidade multivariada" em que o alvo pessoal e cronológico possa se estender, subentender e entender com tendência às mais diversas aplicações e frequências de uso (produto).


Então, o usual não se discute - é o cotidiano consumado muito antes do princípio, ou seja, essas previsões tendem ao tédio de modo contínuo e petrificam o "homem-máquina de reprodução/série/cópia - conformunidade' "(interpretar de maneira mista).


Para completar , vou ser matafoutópica': haverá de nascer uma rosa na mais linda pedra - ou tendenciosarealista': haverá de cair uma pedra na mais linda rosa.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Sem previsão de título


O título só se escreve depois de completo o texto. Mas o conteúdo é disperso e inacabado. Nem sempre é válido um título - apenas uma observação.

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Muda-se de tema como liberdade extra-corpórea.

A disposição de enxergar controla e sacia anseios (principalmente quando se trata do trânsito nas ruas e a longa demora no ar quente respirado por, em média, 60 pessoas espremidas) - postes + postes + cartazes ganham performances POP - conjunto de letras maiores evidenciam o caráter promotor da oferta, a procura é eficiente quando se trata de cartomantes, espíritas e videntes. O mercado está no auge para isso, as indústrias de futuro começaram, criticamente, com passos de Idade Média. Na contemporaneidade o futuro premeditado ganha cores e apresenta-se com um visual apelativo às mais diversas "classes" desesperadas. A espera é inimiga da conjunção - com o cartaz Pop a conjunção fica mais rígida e segura - dê um alô para o futuro antes que ele chegue.


Nada aqui foi irônico.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Macabéa por hoje.

Eu pensei em escrever todas aquelas coisas chatas que aparecem quando um turbilhão de água cai em precipício abaixo - assombroso.
Tive medo dos óculos escuros que petrificavam o olhar do rapaz no alto do Edifício Petrópolis - queria fugir daquele tempo que tive que esperar em sua frente. Em meio tempo senti vontade de muita coisa que antes tropeçava em mim mesma. Me senti bem por relembrar Clarice, questão de posse. Aquele arrastar de pesar e se dizer morta esperando renascimento são duas coisas que me remetem ao estático em mim. Quero dizer algo, não escancarar nada - não vale a pena uma queda tão brutal quando o que está em jogo é o silêncio.

" Você é feliz?
Feliz serve pra que?
Você não pensa no futuro não?
Por que você não paga uma cartomante?" (Clarice Lispector - A Hora da Estrela)

domingo, 23 de março de 2008

Com sem.

Ver, estar, ficar, permanecer, entrar em transe, contemplar...Ai, meus infinitivos. Tenho dado muita atenção ao fim (das palavras). Creio não estar contemplando o que não devo, apenas o que posso.
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Meu e-mail já constata a "segunda-feira" nesse exato momento. Eu quero mais tempo e ele me retira. Infinito deveriam ser esses fins de semana prolongados, principalmente quando há constância de rotina. Eu não costumo mudar - nem provocar alterações nas pessoas - talvez isso seja um efeito de baixas concentrações de potássio.
Aproveitei para respirar a cor de um novo ar, ver coisas estupidamente tranquilas, arrecadar "ois" de gente estranha, capturar os pensamentos de pessoas pacatas, acumular abraços da década de 40, estimular a década de 90 a tomar banho de chuva, me entregar ao pecado da gula, satisfazer a saudade e encarar verdades.
Um pouco mais de sol e a chuva vira minha lua.

domingo, 16 de março de 2008

Meu a(gosto).

Comendo uvas para me aproximar, ao certo, nem sei por qual caminho. Jogando se(mentes) - alguns abominam o gerúndio, mas ele me faz bem.

Não sei. Pode ser que nessas estradas longas e sem prazo eu me perca e ache algumas coisinhas amargas, quentes/frias ou coloridas, mas no fundo saborosas. O melhor de tudo é que o gosto real é sentido com os olhos bem fechados, dando espaços vagos para interpretações sutis, enfatizando a solução de continuidade da imaginação e permitindo ausentar-se do lugar real para se encontrar num patamar de introspecção sublime - sentindo o próprio gosto.

Vou continuar ausente, até meu eu cansar de me esperar.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Dias de mar(asmo)ço.




Cheguei cedo na universidade - nada, ninguém, mas ouvia Caetano.

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Acordei e como efeito cascata: lembrei de "Evaporar" , banho, café, saí, sol tinindo e ponto de ônibus - é nesse local que o dia começa...
Demora e espera, preferi andar para um ponto mais distante, assim o tempo passava mais rápido - pensei em pegar um filme mais tarde, pensei em cores excêntricas para um pássaro de estimação, pensei no próximo Natal, pensei na quinta-feira à noite e, por fim, na sexta-feira pela manhã - o tempo é covarde.
Essas coisas de contentamento são relativamente fúteis, por isso insisto em achar que cada dia passado é um cotidiano mal aproveitado - em alguns anos, vou abrir um caminho, plantar batatas, colher cenouras e na casinha mais/menos distante funcionará um cinema.

terça-feira, 11 de março de 2008

Colormida.

Mascando bolacha.
Extrato de maracujá no estômago.
* * *

Até pensei em tomar aqueles antiácidos à base de magnésio, mas me afeta psicologicamente. Eu não nasci para via oral.

Um dia e coisas poucas - logo me dou conta que queria ser sinestésica. Linda mesmo é essa capacidade surreal - sabe, vou ali brincar de ter dom.

(mais uma vez me perdi).

sexta-feira, 7 de março de 2008

AZI.


Fanta geralmente dá AZIA.
Talvez nada além de FantASIA.

sábado, 1 de março de 2008

Éter...


Eu prezo por aqueles formatos que me aparecem na mente à noite quando deito. Não sei explicar essas luzes que ao mesmo tempo que ofuscam, permitem-me um conforto e uma passividade capaz de embalar um sono inocente.
É inerente a mim flutuar em pensamentos distantes...E neste momento, dou uma parte de tudo que me faz constante, e quero um pouco do que é efêmero, fugaz, passageiro...Só quero um ar com cor que dissipe tensões e com um cheiro permissivo de saudade.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Uni-duni-tê o escolhido foi...


Pessoas embaladas trazidas pela cegonha. Coisas de todos os dias. A verdade é que isso é um ciclo contínuo: você vira a marionete e a embalagem pode perder a validade, até por que, depois que tudo se resolve e ela se encontra, o mundo ganha a cor rósea - e você, sendo um tecido de granulação, a cicatrização vai depender muito mais dos agentes físicos do que químicos. Tenha muito cuidado com a fase de proliferação, já que qualquer abrasão mecânica, por mais sutil que seja, pode causar um sangramento doloroso.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

EnCaminhar...


Nem todos sabem potencializar aspectos cotidianos, que não fazem muito sentido, quando a proporção dos atos são insignificantes para muitos - descaso.
Venho me assitido como uma criança que está na frente de um novo brinquedo: ao mesmo tempo que explora, sente medo.
E o que é o novo? O que é a expectativa? A verdade tem limites?
Ah...Perguntas, mas nada que se compare ao sentimento que se se contrói diante da fraqueza do ser humano. A necessidade de carinho, de amor, a cura de uma angústia, alguém para dizer que tudo vai passar, para mostrar um caminho com mais luz, algo que cause um torpor de alegrias, uma cascata de esperança...Tudo isso e muito mais, algumas pessoas não sabem o que é. A incerteza da existência completa acaba em conflitos internos...Não nos damos conta então, que aí surge um indivíduo insatisfeito e sem forças motivadoras para a vida. Isso é triste, mas o grande fato é que somos espectadores passivos de degradação progressiva de personalidades "vítimas de mundo". Eu não quero ser tão passiva, gostaria de fazer do frio de hoje um conforto e um afago (corpo e espírito).
As entrelinhas, hoje, podem ser azuis...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Etc.




Bem querer, sou um talvez
Bem, talvez serei um querer
Um querer será bem, talvez
Um bem quer ser talvez.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Calor faz calo.


Sinto calor. Minha pele cisma em derreter. Não sei o motivo (nem a ligação), mas as gotas d'água insistem em cair da torneira da cozinha nessas horas nostálgicas de incompreensão de terra, céu e ar (a água cai) - é uma contradição quase cinematográfica.
O jeito é abaixar e esperar que o ventila-dor' recupere meu ânimo (um sopro quase imperceptível - até o espanta-dor' cansa).Meu corpo está em combustão, justamente por estar em processo de queima, desgaste, não por usar o esforço físico, mas por andar descalça em terreno fértil de matéria orgânica : carboidratos, proteínas - até um tecidinho' adiposo vai nessa.
O que acaba equilibrando essa perda, neste intenso momento de desidratação, são as pessoas hidratantes que saciam, numa dosagem perfeita para minha fisiologia, a minha sede.

Ai, cansei de falar asneiras...É o sono que escreve em meu lugar (percebe-se pela forma de espiral que as linhas vêm ganhando).
Chega! Resta-me apenas dizer que hoje queria ser um filme de Almodóvar: cores excedentes, amores efusivos, calor ardente e algo intensamente emocionante. Assim o calor é um pouco de mim: inconveniente, chato e delirante (ou eu sou um pouco do calor).
Um beijo suado.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

É sempre assim...


nonato says:
é q vc alou em brócolis mas eu pensei em beringela
HAIGAOPIGVS

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Conseqüência natural


Em dias de chuva, sou solidária ao tempo: visto camisa azul.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Vício é utopia

Outro dia (poucos), conversava com um amigo sobre isso em um lugar agradável; Mais ou menos assim:
ôhana: - Queria ter um vício...
êle: - Vício?!Cê' é doida...é abdicar de tudo para satisfazer um único prazer

ôhana: - É...Queria saber minha reação diante desse impulso maior...
Seria loucura achar isso?Ou melhor, querer isso?
Talvez ele tenha razão quando me reprovou, mas posso ser utópica em substituição ao vício.

Obrigada, Diêgo.
(Como assim?)

Já dizia Morus no seu livro Utopia (uma ilha afastada do continente europeu) em que as pessoas estariam numa convivência civil perfeita, onde todos trabalhariam para que gastassem menos tempo; Não há propriedade privada, tudo é dividido igualmente para todos e dessa forma, não haveriam mendigos nem assaltantes; O tempo livre seria dedicado ao aperfeiçoamento da educação.
Mas o que estamos vivendo é uma sociedade avessa à Utopia idealizada por Thomas - aqui o vício se constrói por uma incapacidade de tornar o tempo ocioso em proveitoso. Por fim, acabamos nos permeabilizando' com atitudes repetitivas, criando assim a dependência por fraqueza.
Não quero mais ser fraca, quero ser utópica. Obrigada, Thomas Morus.

Sol insinuante.

Peguei um ônibus (oh!Grande fato!), mas isso se torna interessante quando ao seu lado senta-se um ser observável - é, ele era passível de descrições um tanto notáveis.
Era um ar, simbolicamente grave, perceptível pela forma do arco das sombrancelhas; Deveria estar no auge dos seus 25 anos, com cabelos pretos (ao vento), um nariz afilado e destacável do corpo; Aparentou-me honestidade (nossa! Que julgamento mais estúpido!) por mais que aquela camisa com o slogan da "Insinuante" não dissesse quase nada (ou absolutamente nada) - pelo menos ele conseguiu uma vaga no capitalismo selvagem. Mas o que insinuava mesmo era a sua calça social preta, debaixo de um sol gigante de verão das 13 horas...Isso nem me diz respeito, porém me indigna a situação das pessoas de não poderem trabalhar com mais liberdade corporal em janeiro ( a compostura total devemos reservar à política - a mais devassa de todas as instâncias).
Qual o sentido disso aqui (novamente)?Acabo de abrir um espaço para afirmar e admitir que me perco nessa salada mista de observações ignóbeis, ainda mais quando se sente dor - torna a minha condensação de idéias, concepção de pensamentos e organização dos fatos muito mais complexas.
Ainda quero dizer (fazendo o possível para permanecer na contextura) que o mancebo ao meu lado tinha um cacoete interessante: não parava de dar pancadinhas (por sinal irritantes) na carteira, que estava na mão esquerda, juntamente com uma vizualização, quase cronometrada, dos ponteiros do relógio (a cada dois minutos) - era a preocupação com o horário nocivo para a absorção dos raios solares, que entravam pela janela, ou o receio de chegar atrasado na "Insinuante" .
Com todos os motivos para se estressar (o que nem é plausível dentro do ônibus), a viagem é curta na cidade, é rotineira e deve ser aproveitada - eu preferi curtir com Manuel Bandeira (uma das minhas mais novas paixões), mas se eu fosse o "cara da "Insinuante" (que pretensão!) eu faria o mesmo que Arnaldo Antunes: pegaria um violão e cantaria "Sem você" (mas com protetor solar).

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Oportuno não é de oportunidade...

Quem se propõe à desvendar esse grande pequeno mistério? (se é que somos capazes de desalinhar um pouco o real e concretizar a imaginação, a ficção, ilusão...Mas onde estão?)
Perguntas inúteis, mas é a única coisa que sei fazer quando procuro respostas nas vãs marcas de tempo que percorrem minhas sinapses.
O que me incomoda é que nunca me dispus a escrever (nem o sei), e quando me dou conta - uma hora, três minutos e trinta e dois segundos da marugada - me arranho toda nesse pedaço de celulose (agora pontinhos ínfimos de cor nesse monitor) que tentou sugar o que me restou de uma idéia, possivelmente, fugaz - a criação deste blog (talvez uma atitude bem audaciosa).
Ah! Eu fiz isso...Não por um motivo real, mas justamente por ser oportuno, para mostrar que me repito, me confundo, me invento, me provoco, me estranho e caio numa imensidão cheia de cores caleidoscópicas - o meu real se mistura com o imaginário constante e irremediavelmente.
(Mais um "Ah!") Não posso esquecer de falar que todas essas coisas sem fundamento preciso, não passam de um rascunho - melhor não usar essa palavra, ela é muito mais útil para aqueles que sabem lapidar com precisão - digo, protótipo de pensamento em formato linear pois o dito é efêmero e talvez tenha me atrevido por ter visto uma oportunidade de usar a caneta e o papel na tentativa de preencher espaços em branco, imaginários...Como se fosse superar a invalidez de um impulso inocente de mexer com as palavras.
Resumindo, considerem a explanação acima como uma "experimentação laboratorial" e oportuna de enlaçar a realidade da fugacidade(ou fugacidade da realidade) com a ilusão da uma oportunidade passageira para conjurar sonhos acordada (de fato, perigoso) - deixo o restante para os precavidos.